A rebelião, promovida por Coré, havia despertado grande desconfiança entre o povo sobre a autenticidade e a exclusividade do sacerdócio de Arão. Mesmo com a morte de Coré, dos principais envolvidos e outros subversivos, somando ao todo cerca de quinze mil pessoas, havia ainda dúvidas.
O SENHOR portanto determinou que a sua escolha de Arão fosse provada visível e definitivamente, mediante um sinal sobrenatural.
Um príncipe de cada tribo dos israelitas deveria trazer até Moisés uma vara correspondente à sua tribo, inscrita com o seu nome. Arão, príncipe da tribo de Levi, inscreveria seu nome em sua vara. Moisés levaria as varas até dentro da tenda congregação, defronte ao Testemunho (a Arca do Concerto). O SENHOR faria florescer a vara daquele que Ele escolhesse para o cargo.
Essas varas eram de madeira dura, seca, próprias para caminhadas e para conduzir os animais pelo deserto. Não lhes restavam quaisquer sinais de vida, nem o mínimo broto.
Sendo obedecido ao mandado do SENHOR, ao entrar no tabernáculo no dia seguinte Moisés deparou com um fato inédito: a vara de Arão não somente havia brotado, mas produzido flores e amêndoas, tudo dentro de poucas horas! Era uma ressurreição e frutificação que unicamente poderia ser produzida pelo Criador.
Foi uma perfeita ilustração da ressurreição do Senhor Jesus Cristo. Como no caso de Arão, Seu sacerdócio se baseia no fato da sua ressurreição. No sétimo capítulo de Hebreus é declarado, com toda a franqueza, que se Ele estivesse na terra, sem morrer e ressuscitar, Ele nem sacerdote seria, pois não era descendente de Arão.
Essa ressurreição O habilitou a ser sacerdote. Como aquelas varas, todos os líderes religiosos até hoje acabaram morrendo, inclusive o Senhor Jesus, mas somente Ele ressuscitou dos mortos, dando início à sua igreja, que floresceu e frutificou. Ninguém pode assumir a honra do sacerdócio para si mesmo, a não ser quem é chamado por Deus, como foi Arão (Hebreus 5:4).
Assim como a prova de que Arão fora chamado estava na "ressurreição" da sua vara, o Senhor Jesus ressurgiu da morte para se tornar nosso Sumo Sacerdote. O Seu sacerdócio é muito superior (Hebreus 7), pois:
é segundo a ordem de Melquisedeque (Salmo 110:4), portanto superior à ordem levítica, pois Abraão, bisavô de Levi pagou dízimos a Melquisedeque e foi abençoado por ele: o superior abençoa o inferior.
é constituído, não segundo uma ordem carnal (a lei que foi dada através de Moisés) revogada por causa da sua fraqueza e inutilidade, mas conforme a nova aliança da regeneração eterna, pela qual nos chegamos a Deus.
é fiador desta nova aliança, superior à anterior, podendo salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.
é sacerdote perpétuo, imutável, já que vive para sempre, enquanto que Arão morreu, passando o sacerdócio para seu sucessor, e assim sucessivamente.
é santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores, e feito mais alto do que os céus, não necessitando oferecer todos os dias sacrifícios por seus próprios pecados.
ofereceu-se a si mesmo uma vez por todas, não precisando oferecer sacrifícios pelo povo diariamente, como o anterior.
constituído por juramento pelo SENHOR (Salmo 110:4) e não pela lei, que constitui sumos sacerdotes a homens sujeitos à fraqueza.
O pouco tempo decorrido foi prova adicional da natureza milagrosa do florescimento. Moisés trouxe as varas todas de dentro do tabernáculo para serem vistas pelo povo, e eles viram e tomaram cada um a sua vara.
O SENHOR ordenou que a vara de Arão fosse colocada dentro da arca (com as tábuas da lei (Deuteronômio 10:5) e o pote de maná (Êxodo 16:33), para sinal aos rebeldes. Quem voltasse a murmurar, morreria.
Contudo, o povo ainda estava se condoendo, temendo morrer se por acaso se aproximassem do tabernáculo do SENHOR.
1 Então, falou o SENHOR a Moisés, dizendo:
2 Fala aos filhos de Israel e toma deles uma vara para cada casa paterna de todos os seus príncipes, segundo as casas de seus pais, doze varas; e escreverás o nome de cada um sobre a sua vara.
3 Porém o nome de Arão escreverás sobre a vara de Levi; porque cada cabeça da casa de seus pais terá uma vara.
4 E as porás na tenda da congregação, perante o Testemunho, onde eu virei a vós.
5 E será que a vara do homem que eu tiver escolhido florescerá; assim, farei cessar as murmurações dos filhos de Israel contra mim, com que murmuram contra vós.
6 Falou, pois, Moisés aos filhos de Israel; e todos os seus maiorais deram-lhe, cada um, uma vara, para cada maioral uma vara, segundo as casas de seus pais, doze varas; e a vara de Arão estava entre as suas varas.
7 E Moisés pôs estas varas perante o SENHOR na tenda do Testemunho.
8 Sucedeu, pois, que no dia seguinte Moisés entrou na tenda do Testemunho, e eis que a vara de Arão, pela casa de Levi, florescia; porque produzira flores, e brotara renovos, e dera amêndoas.
9 Então, Moisés trouxe todas as varas de diante do SENHOR a todos os filhos de Israel; e eles o viram e tomaram cada um a sua vara.
10 Então, o SENHOR disse a Moisés: Torna a pôr a vara de Arão perante o Testemunho, para que se guarde por sinal para os filhos rebeldes; assim, farás acabar as suas murmurações contra mim, e não morrerão.
11 E Moisés fez assim; como lhe ordenara o SENHOR, assim fez.
12 Então, falaram os filhos de Israel a Moisés, dizendo: Eis aqui, nós expiramos, perecemos, nós perecemos todos.
13 Todo aquele que se aproximar do tabernáculo do SENHOR, morrerá; seremos, pois, todos consumidos?
Números capítulo 17