A resposta simples é que o crente que se opuser à autoridade constituida está pecando, salvo se a obediência à autoridade consistir em desobediência a Deus (Atos 5:29).
O cristão é cidadão do reino dos céus, está no mundo, mas não pertence ao mundo. Ele está aqui para testemunhar do nosso Salvador. Estando aqui, deve “dar a César o que é de César”: o Senhor Jesus (o Filho de Deus) sem dúvida não poderia aprovar a pessoa idólatra e os atos vis do imperador romano, mas foi Ele quem pronunciou essas palavras.
Em Romanos 13:1-6 encontramos uma exposição do que vem a ser “dar a César o que é de César”: sujeição às autoridades governamentais (quem se rebela é condenado) por questão de consciência, dando-lhes o que for devido: imposto, tributo, temor e honra. Paulo escreveu isto quando a maior autoridade no mundo dele era César, título dado a uma série de imperadores cruéis e sanguinários.
Fica evidente, portanto, que não é lícito a um cristão falar, ou agir de forma desrespeitosa ou rebelde contra as autoridades governamentais, pois:
O poder das autoridades governamentais, em última análise, provém de Deus de Quem vem toda a autoridade. É a Ele que darão contas dos seus atos, e não aos seus próprios subordinados.
As autoridades governamentais não são o inimigo contra quem o cristão deve combater, mas sim, as “forças espirituais do mal nas regiões espirituais”, sendo o diabo o “príncipe deste mundo” (Efésios 2:2 etc.). O combate se faz com a “armadura de Deus” (Efésios 6:11-18). Devemos amar nossos inimigos humanos.
O cristão deve tributar às autoridades governamentais o que lhes for devido, com temor e honra, e estará, portanto, faltando com o seu dever se falar, ou agir de forma desrespeitosa ou rebelde contra elas.
A Bíblia nos informa que injuriar, difamar ou rejeitar as autoridades é a atitude dos “mestres ímpios” conforme identificada por Judas, o irmão do Senhor Jesus. Eles “… Rejeitam as autoridades e … difamam tudo o que não entendem”. “Nem mesmo o arcanjo Miguel, quando estava disputando com o Diabo acerca do corpo de Moisés, ousou fazer acusação injuriosa contra ele, mas disse ’O Senhor o repreenda!’” (Ver. 8 a 10 - NVI). O crente deve se submeter às leis do país em que vive, salvo se, ao cumpri-las, ele estiver desobedecendo aos mandamentos de Deus.
Alguns podem pensar que, por estarem em uma democracia, em que os governantes recebem o poder em virtude do voto do povo, existe a liberdade de criticar a atuação dos governantes porque eles estão exercendo um mandato que o povo lhes conferiu. Como o seu poder emana do povo, o povo tem o direito de exigir que eles cumpram seu mandato legalmente.
Contra esse argumento devemos ponderar que ao eleitor não é concedido o direito pessoal de julgar, condenar ou injuriar os poderes constituídos. Seus direitos e deveres são geralmente definidos por legislação própria, regida por uma constituição nacional. Portanto, mesmo se o cristão pudesse fugir ao caráter que o distingue (que descrevemos no início do artigo), e participar de um mundo ao qual não pertence, se ele for insubordinado, desacatar a autoridade superior, ou ofender pessoalmente os governantes e demais autoridades, ele estará agindo ilegalmente.
Sem dúvida o cristão pode pessoalmente discordar do que a autoridade governamental vigente faz, e com razão considerá-la incapaz, desonesta, maldosa, etc., mas nem por isso deve reagir publicamente contra ela, em atos ou palavras. Deve dar graças pela liberdade que ainda tem de pregar e praticar o Evangelho atualmente em seu país, e orar por aqueles que sofrem perseguição por causa da sua fé em países onde essa liberdade está cerceada ou não existe. Mais informações são dadas AQUI.
“Quem quiser amar a vida e ver dias felizes, guarde a sua língua do mal e os seus lábios da falsidade. Afaste-se do mal e faça o bem; busque a paz com perseverança.” (1 Pedro 3:10-11 NVI.)
Romanos 13:1 a 6:
"Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus.
"Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação, porque os magistrados não são motivo de temor para os que fazem o bem, mas para os que fazem o mal. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela, porquanto ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador em ira contra aquele que pratica o mal.
"Pelo que é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa da ira, mas também por causa da consciência.
"Por esta razão também pagais tributo; porque são ministros de Deus, para atenderem a isso mesmo."
Atos 5:29 "Respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: ' Importa antes obedecer a Deus que aos homens'"
Efésios 2:1-2 "Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência... "
Efeésios 6:11-18 "Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes permanecer firmes contra as ciladas do Diabo;
pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniqüidade nas regiões celestes.
"Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, permanecer firmes.
"Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça, e calçando os pés com a preparação do evangelho da paz, tomando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno.
" Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos... "