Este último capítulo de Hebreus consiste de exortações sobre a maneira de vida do crente. Os primeiros seis versículos concernem cinco obrigações sociais da ética cristã:
O amor fraternal (gr. philadelphia)
Este é o amor que geralmente existe entre irmãos dentro de uma família. Todos os pecadores salvos por sua fé em Jesus Cristo são filhos de Deus por adoção, portanto são irmãos uns dos outros dentro da família Divina e devem cultivar o amor fraternal entre si (1 João 3:10-18). É uma prova de que passaram da morte para a vida, pois quem não ama seu irmão permanece na morte (1 João 3:14). Este amor é permanente, assim como a salvação é eterna. Este relacionamento familiar se estende a todos os que comprovadamente são verdadeiros cristãos, sem distinção de cor, nacionalidade e língua ou denominação da sua congregação, e se externa em palavras e atos (1 João 3:18). Veja também AQUI.
A hospitalidade
A hospitalidade não só deve ser estendida aos conhecidos irmãos na fé, mas também aos estranhos. Em certa ocasião Abraão acolheu três estranhos que vieram à sua porta, e descobriu que dois eram anjos e o terceiro era o próprio Senhor (Gênesis 18). Encontramos outros exemplos em Gênesis 19:2, Juízes 6:18,22 e 13:15-16. Mesmo que não venham anjos a nossas casas, talvez a presença conosco desse estranhos seja uma bênção do Senhor para eles ou para nós.
A compaixão
O amor fraternal gera compaixão pelos aflitos e desamparados, resulta em auxílio material e encorajamento espiritual aos necessitados. Um crente pode ser maltratado, aprisionado ou até mesmo assassinado devido ao seu testemunho por Cristo. Os irmãos na fé, além de sustenta-lo em suas súplicas e orações devem aproveitar essa oportunidade para mostrar amor fraternal, visitando-o no cárcere se for permitido, animando e auxiliando-o em tudo o que for possível, material e espiritualmente.
A honra do casamento
O casamento deve ser honrado por todos, pois é uma instituição Divina estabelecida para a união de um homem com uma mulher antes da entrada do pecado no mundo, e é a vontade de Deus para toda a humanidade. É o único caminho aprovado por Deus para a geração de filhos e formação da família. Proibir o casamento é próprio “de homens hipócritas que falam mentiras e têm a sua própria consciência cauterizada” (1 Timóteo 4:2).
Os cônjuges devem ser fieis aos seus votos e, assim, manter a pureza do seu casamento. Apesar da licenciosidade que está a prevalecer no mundo moderno, o fato é que qualquer relação sexual fora dos limites do casamento é pecado contra Deus. Será inevitavelmente julgado e condenado, mesmo em sua vida no mundo, haja vista as doenças venérias, aids, ruína das famílias, deteriorações mentais e nervosas, deformidades de personalidades. A menos que seja perdoado pelo sangue de Cristo, o culpado também enfrentará o fogo eterno.
A isenção de ganância
O crente deve abandonar a avidez de ganhar cada vez mais para si das coisas deste mundo, como riquezas, glórias, honras, etc. O amor ao dinheiro pode se tornar em um grande empecilho para o crente, prejudica seu progresso espiritual e pode quebrar a sua comunhão com Deus. Ele já possui a maior riqueza que um homem pode obter: Aquele que promete “Não te deixarei, nem te desampararei ” (Hebreus 13:5) é o Ser mais poderoso de todo o universo, pois este foi criado por Ele. Em Cristo o crente já tem segurança perfeita, proteção perfeita, perfeita paz.
O homem ganancioso nunca estará satisfeito, mas o oposto da ganância é o contentamento. Como lemos em 1 Timóteo 6:6-10: “...é grande fonte de lucro a piedade com o contentamento, porque nada trouxe para este mundo, e nada podemos daqui levar; tendo, porém, alimento e vestuário, estaremos com isso contentes. Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição. Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. ”
O Senhor Jesus nos assegura em Mateus 6:31-33: “não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir? (Pois a todas estas coisas os gentios procuram.) Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso. Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. ”
Este contentamento vem por meio de uma confiança perspicaz em Deus e a aceitação das Suas promessas. Se Deus assegura a cada um do Seu povo “não te deixarei, nem te desampararei” (v.5), o crente pode responder “O Senhor é por mim, não recearei; que me pode fazer o homem? (Salmo 118:6).
Heb 13:1
1Permaneça o amor fraternal.
2 Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, sem o saberem, hospedaram anjos.
3 Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos maltratados, como sendo-o vós mesmos também no corpo.
4 Honrado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; pois aos devassos e adúlteros, Deus os julgará.
5 Seja a vossa vida isenta de ganância, contentando-vos com o que tendes; porque ele mesmo disse: Não te deixarei, nem te desampararei.
6 De modo que com plena confiança digamos: O Senhor é quem me ajuda, não temerei; que me fará o homem?
Hebreus, capítulo 13, versículos 1 a 6