A previsão da confusão do Egito (19 v. 1-15)
Os capítulos 19 e 20 fornecem uma advertência contra o Egito: “o Senhor cavalga numa nuvem veloz que vai para o Egito”(NVI).“ Ou seja, o Senhor está entrando em julgamento sobre o Egito, e “os ídolos do Egito tremem diante dEle": as pessoas entrarão em pânico pois a guerra civil seria a ruína da nação. A idolatria e o espiritismo prevaleciam entre os egípcios, mas a futilidade de tudo isto se torna evidente numa situação assim.
O Soberano, o Senhor dos Exércitos anuncia que um cruel déspota (senhor duro e rei rigoroso) governará a terra. Provavelmente não um invasor estrangeiro, tais como Sargon ou Nabucodonosor, mas um monarca egípcio, como, por exemplo, o Faraó Necho. Vindo uma seca severa, cessará o abastecimento de água, causando a ausência de safra, exterminando a indústria pesqueira, fechando as fábricas de têxteis e trazendo a ruína a todos os segmentos da população, tanto líderes como a população em geral.
Os melhores conselheiros do Faraó, os príncipes de Zoã (uma antiga capital do Egito), e os líderes de Mênfis, uma cidade famosa perto de Cairo, não teriam qualquer solução para apresentar. A sua dureza de coração, daria lugar a timidez e medo. Na verdade, seus conselhos só trouxeram desastre para o Egito, tornando desesperadora a situação do país.
Esses quinze primeiros versículos já foram cumpridos. Após a morte de Tirhacá, que governava o Egito na época da profecia de Isaías, o país estava dividido por uma guerra civil. O Egito foi dividido em doze reinos, todos sujeitos à Assíria. Finalmente, o país foi unido novamente sob Psammetichus, "o déspota cruel" do versículo 4. O resto do capítulo está ainda para acontecer.
O Egito e a Assíria se ajuntarão com Israel para o bem da terra (19 v.16-25)
A dureza de coração, dará lugar a timidez e medo. O resto dos acontecimentos previstos neste capítulo, como em outras profecias, compreendem o cumprimento mais imediato de alguns e o do restante em um tempo ainda futuro, no reino milenar. Encontramos a seguir cinco parágrafos informando que o que se segue acontecerá "nesse dia”. Esse dia compreende um período que vai desde os iminentes juízos sobre o Egito até o fim da era presente e a segunda vinda de Cristo.
Judá estava prestes a ser o instrumento divino de julgamento.
A atitude do Egito em direção a Israel seria alterada. Viria um tempo quando a língua falada em Canaã seria a língua falada em cinco cidades do Egito. Cinco cidades se tornariam centros para a adoração do Senhor, incluindo Heliópolis (cidade do sol), também chamada “A cidade de destruição”. Isso se cumpriu quando no Império fundado por Alexandre o Grande, o grego tornou-se a língua comum em Canaã e em outros lugares e foi adotada no Egito (onde foi produzida uma tradução para o grego do Velho Testamento, conhecida como a versão Septuaginta, muito em uso nos tempos do Senhor Jesus e dos seus apóstolos).
Haveria um altar ao Senhor na meio da terra, e um pilar para o Senhor na sua fronteira, as quais seriam testemunhas ao Senhor. O historiador judeu Josefo nos diz que a profecia do versículo 19 foi realizada em 1 A.C. quando Onias, o sumo sacerdote, fugindo de Jerusalém, obteve permissão para construir um altar no Egito. "A cidade da destruição" provavelmente indica a destruição da idolatria. Isso ocorreu, após as sucessivas invasões dos assírios, caldeus, persas e gregos. A religião judaica, na verdade, se espalhou no Egito. Sinagogas foram construídas, e uma especialmente em Heliopolis e mais tarde outra em Alexandria. Posteriormente o Egito foi ferido pelo poder do Islã. O Islã não prevalecerá permanentemente. A cura virá. Mas à terra do Egito está prometida a restauração também. O pleno significado da profecia é sem dúvida milenar.
Uma rodovia passará do Egito (através de Israel) para a Assíria com passagem irrestrita. As nações se unirão para servir ao Senhor.
Então Israel, o Egito e a Assíria formarão uma aliança tríplice gozando das bênçãos do Reino de Cristo. Em vez de se subjugarem entre si, como antigamente, o povo de Deus vai chegar à altura do poder e glória a que foi destinado na terra. Ele será "uma bênção no meio da terra," e será “a herança do Senhor” (veja Atos 2:39 e 3:25, 26).
A previsão da humilhação do Egito e da Etiópia (20)
Em 711 A.C., Tartã, o comandante-chefe de Sargão, rei da Assíria, conquistou a cidade de Ashdod dos filisteus. Ao mesmo tempo, o Senhor disse a Isaías para andar seminu (o original hebraico é a palavra ‘ârôm que significa total ou parcialmente nu) e com os pés descalços como um sinal e portento da humilhação de três anos que viriam ao Egito e à Etiópia quando conquistados pela Assíria. Então o povo de Judá veria a loucura de confiar no Egito para proteção contra a Assíria. (Alguns comentadores sugerem que os versículos 5 e 6 referem-se aos filisteus ou a Judá e os filisteus, ou seja, a toda a terra de Israel).
1 Profecia acerca do Egito. Eis que o Senhor vem cavalgando numa nuvem ligeira, e entra no Egito; e os ídolos do Egito estremecerão diante dele, e o coração dos egípcios se derreterá dentro de si.
2 Incitarei egípcios contra egípcios; e cada um pelejará contra o seu irmão, e cada um contra o seu próximo, cidade contra cidade, reino contra reino.
3 E o espírito dos egípcios se esvaecerá dentro deles; eu destruirei o seu conselho; e eles consultarão os seus ídolos, e encantadores, e necromantes e feiticeiros.
4 Pelo que entregarei os egípcios nas mãos de um senhor duro; e um rei rigoroso os dominará, diz o Senhor Deus dos exércitos.
5 e as águas do Nilo minguarão, e o rio se esgotará e secará.
6 Também os rios exalarão um fedor; diminuirão e secarão os canais do Egito; as canas e os juncos murcharão.
7 Os prados junto ao Nilo, ao longo das suas margens, sim, tudo o que foi semeado junto dele secará, será arrancado, e deixará de existir.
8 E os pescadores gemerão, e lamentarão todos os que lançam anzol ao Nilo, e desfalecerão os que estendem rede sobre as águas.
9 Envergonhar-se-ão os que trabalham em linho fino, e os que tecem pano branco.
10 E os que são as colunas do Egito serão esmagados, e todos os que trabalham, por salário serão entristecidos.
11 Na verdade estultos são os príncipes de Zoã; o conselho dos mais sábios conselheiros de Faraó se embruteceu. Como pois a Faraó direis: Sou filho de sábios, filho de reis antigos?
12 Onde estão agora os teus sábios? anunciem-te agora, e te façam saber o que o Senhor dos exércitos determinou contra o Egito.
13 Estultos tornaram-se os príncipes de Zoã, enganados estão os príncipes de Mênfis; fizeram errar o Egito, os que são a pedra de esquina das suas tribos.
14 O Senhor derramou no meio deles um espírito de confusão; e eles fizeram errar o Egito em todas as suas obras, como o bêbedo vai cambaleando no seu vômito.
15 E não haverá para o Egito coisa alguma que possa fazer cabeça ou cauda, ramo ou junco.
Egypt, Assyria, Israel Blessed
16 Naquele dia os egípcios serão como mulheres, e tremerão e temerão por vibrar o Senhor dos exércitos a sua mão contra eles.
17 E a terra de Judá será um espanto para o Egito; todo aquele a quem isso se anunciar se assombrará, por causa do propósito que o Senhor dos exércitos determinou contra eles.
18 Naquele dia haverá cinco cidades na terra do Egito que falem a língua de Canaã e façam juramento ao Senhor dos exércitos. Uma destas se chamará Cidade de destruição.
19 Naquele dia haverá um altar dedicado ao Senhor no meio da terra do Egito, e uma coluna se erigirá ao Senhor, na sua fronteira.
20 E servirá isso de sinal e de testemunho ao Senhor dos exércitos na terra do Egito; quando clamarem ao Senhor por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador, que os defenderá e os livrará.
21 E o Senhor se dará a conhecer ao Egito e os egípcios conhecerão ao Senhor naquele dia, e o adorarão com sacrifícios e ofertas, e farão votos ao Senhor, e os cumprirão.
22 E ferirá o Senhor aos egípcios; feri-los-á, mas também os curará; e eles se voltarão para o Senhor, que ouvirá as súplicas deles e os curará.
23 Naquele dia haverá estrada do Egito até a Assíria, e os assírios virão ao Egito, e os egípcios irão à Assíria; e os egípcios adorarão com os assírios.
24 Naquele dia Israel será o terceiro com os egipcios e os assirios, uma benção no meio da terra;
25 porquanto o Senhor dos exércitos os tem abençoado, dizendo: Bem-aventurado seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança.
Isaías capítulo 19
1 No ano em que Tartã, enviado por Sargão, rei da Assíria, veio a Asdode, e guerreou contra Asdode, e a tomou;
2 falou o Senhor, naquele tempo, por intermédio de Isaías, filho de Amoz, dizendo: Vai, solta o cilício de teus lombos, e descalça os sapatos dos teus pés. E ele assim o fez, andando nu e descalço.
3 Então disse o Senhor: Assim como o meu servo Isaías andou três anos nu e descalço, por sinal e portento contra o Egito e contra a Etiópia,
4 assim o rei da Assíria levará em cativeiro os presos do Egito, e os exilados da Etiópia, tanto moços como velhos, nus e descalços, e com as nádegas descobertas, para vergonha do Egito.
5 E assombrar-se-ão, e envergonhar-se-ão por causa da Etiopia, sua esperança, e do Egito, sua glória.
6 Então os moradores desta região litorânea dirão naquele dia: Vede que tal é a nossa esperança, aquilo que buscamos por socorro, para nos livrarmos do rei da Assíria! Como pois escaparemos nós?
Isaías capítulo 20