A previsão da destruição de Damasco (17)
Este capítulo dá um breve oráculo sobre a destruição de Damasco, a principal cidade-estado da Síria e de suas cidades satélites. Por causa de sua aliança com a Síria contra Judá, Efraim (Israel) compartilhará uma queda similar. Efraim ficará sem suas defesas, Damasco sem seu reino e os sírios sobreviventes sem a sua glória (Damasco foi destruída pelos exércitos assírios, em 732 A.C., e Samaria caiu dez anos mais tarde).
No dia do seu julgamento, Israel será desonrado e estará faminto. Ele será distribuído como espigas colhidas no vale de Refaim, e apenas um remanescente será deixado; este atentará firmemente para Deus o Filho, o Santo de Israel, e abandonará a idolatria.
As cidades fortificadas estarão abandonadas, em ruínas, como as cidades dos heveus e amorreus, depois que os invasores israelitas as conquistaram. E por que tudo isso vai acontecer? Porque o povo esqueceu-se do Deus da sua salvação e não se lembrou da Rocha da sua fortaleza. Ao invés disso ele se dedicou a culturas deleitosas, ou seja, alianças, religiões e costumes estrangeiros. A colheita se perderá no dia da tribulação e lhe virão dores insofríveis.
Começando com o versículo 12 e continuando até o capítulo 18, temos um curto interlúdio com dois movimentos, cada um começando com "Ai". O primeiro movimento figura as nações dos gentios, movendo-se contra Israel, com o barulho incrível das guerras modernas. Mas de repente são afugentadas pelo Senhor, e a ameaça contra Israel é levantada durante a noite.
O esquecimento de Deus traz a esterilidade; pode haver muito trabalho e atividade no espírito de autossuficiência, mas não produz nenhum fruto proveitoso. Nunca deixemos de estar atentos à verdadeira fonte da nossa força, "a Rocha", Jesus Cristo, para assim evitar trazer sobre nós a tristeza, não de contrição, mas de remorso.
Novamente, em tempo ainda futuro, haverá um bramido furioso pelas nações conspirando "contra o Senhor e contra o seu Ungido" (Salmo 2:2), apenas para ser repreendidas por Deus e afugentadas “como a poeira num redemoinho diante do tufão”. Ver também Zacarias 9:14, Salmo 46:6.
O tributo dos africanos (18)
Isso não é um "ai", mas um "Ó" (ambas são tradução da palavra grega “hôi”) dirigida a uma nação amiga não identificada que envia embaixadores para o povo de Israel (vs. 2, 7). Essa palavra também dá início a Isaías 55:1, e é expressiva de uma intimação para ouvir a palavra de Deus. O início do presente capítulo é mais fácil de compreender se for levado em conta que a Assíria estava a ameaçar as nações.
A expressão " terra do roçar das asas” tem sido interpretada de várias maneiras, parecendo ser mais provável a de uma terra onde o povo tem o desejo de proteger o povo judeu. A terra é mencionada como além ou fora dos rios da Etiópia e, portanto, pode ser considerada uma região fora das atividades das terras invadidas pelos poderes que tinham atacado ou iria atacar Israel e as nações vizinhas. Deus assiste silenciosamente.
A ideia de proteger Israel é confirmada pelo comando a esse povo para mandar mensageiros rápidos para Israel. Israel é “um povo de alta estatura e de tez luzidia”, e foi terrível para os cananeus quando conquistaram sua terra nos tempos de Josué.
As nações exteriores da África (vizinhas da Etiópia) mandaram mensagens para Israel. Tomarão parte em reunir os exilados do povo de Deus, como as profecias de Isaías declaram em Isaías 11:12, etc., que menciona o mesmo pendão ou bandeira de Isaías 18:3.
No versículo 4 o Senhor informa que estará observando tudo, quieto, vendo tudo, enquanto, sob seu controle, as circunstâncias se desenvolvem até o tempo da Sua intervenção, descrito como "colheita”. Na devida altura o Senhor fará sua “poda” sobre os inimigos de Israel e “cortará com foices os sarmentos e tirará os ramos, e os lançará fora”.
Assim tem sido e será, em todas as crises da contenda das nações, e especialmente quando se esforçam para esmagar o povo escolhido por Deus. A passagem nos dá lições de paciência confiante para aguardar o tempo de Deus para intervenção e libertação, garantidos que, em todas as nossas experiências, tudo está sob Seu controle absoluto. "O broto pode ter um gosto amargo, mas doce será a flor." As provações e dificuldades nos são impostas para nos aproximar de Deus em simples e firme dependência dEle.
Essas nações fora da Etiópia (um termo abrangente) devem esperar até que Deus venha a agir e apresentarão o próprio Israel como uma oferenda ao Senhor, uma bela descrição do ato combinado das nações dos gentios para ajudar a reunir o povo de Israel no início do período milenar. Isto é confirmado pela sentença final do capítulo, e a enorme importância do evento é indicada pela repetição em Isaías 7:18 dos fatos sobre Israel
Eventualmente Deus destruirá seus inimigos, e Israel virá para o monte Sião como um presente para o Senhor. Isto nos fala da restauração de Israel no segundo advento de Cristo.
1 Oráculo acerca de Damasco. Eis que Damasco será tirada, para não mais ser cidade, e se tornará um montão de ruínas.
2 As cidades de Aroer serão abandonadas; hão de ser para os rebanhos, que se deitarão sem haver quem os espante.
3 E a fortaleza de Efraim cessará, como também o reino de Damasco e o resto da Síria; serão como a glória dos filhos de Israel, diz o Senhor dos exércitos.
4 E será diminuída naquele dia a glória de Jacó, e a gordura da sua carne desaparecerá.
5 E será como o segador que colhe o trigo, e que com o seu braço sega as espigas; sim, será como quando alguém colhe espigas no vale de Refaim.
6 Mas ainda ficarão nele alguns rabiscos, como no sacudir da oliveira: duas ou três azeitonas na mais alta ponta dos ramos, e quatro ou cinco nos ramos mais exteriores de uma árvore frutífera, diz o Senhor Deus de Israel.
7 Naquele dia atentará o homem para o seu Criador, e os seus olhos olharão para o Santo de Israel.
8 E não atentará para os altares, obra das suas mãos; nem olhará para o que fizeram seus dedos, para os aserins e para os altares do incenso.
9 Naquele dia as suas cidades fortificadas serão como os lugares abandonados no bosque ou sobre o cume das montanhas, os quais foram abandonados ante os filhos de Israel; e haverá assolação.
10 Porquanto te esqueceste do Deus da tua salvação, e não te lembraste da rocha da tua fortaleza; por isso, ainda que faças plantações deleitosas e ponhas nelas sarmentos de uma vide estranha,
11 e as faças crescer no dia em que as plantares, e florescer na manhã desse dia, a colheita voará no dia da tribulação e das dores insofríveis.
17:12 Ai do bramido de muitos povos que bramam como o bramido dos mares; e do rugido das nações que rugem como o rugido de impetuosas águas.
13 Rugem as nações, como rugem as muitas águas; mas Deus as repreenderá, e elas fugirão para longe; e serão afugentadas como a pragana dos montes diante do vento e como a poeira num redemoinho diante do tufão.
14 Ao anoitecer, eis o terror! e antes que amanheça eles já não existem. Esse é o quinhão daqueles que nos despojam, e a sorte daqueles que nos saqueiam.
Isaías capítulo 17
1 Ai da terra do roçar das asas, que está além dos rios da Etiópia;
2 que envia embaixadores por mar em navios de junco sobre as águas, dizendo: Ide, mensageiros velozes, a um povo de alta estatura e de tez luzidia, a um povo terrível desde o seu princípio, a uma nação forte e vitoriosa, cuja terra os rios dividem!
3 Vede, todos vós, habitantes do mundo, e vós os moradores da terra, quando se arvorar a bandeira nos montes; e ouvi, quando se tocar a trombeta.
4 Pois assim me disse o Senhor: estarei quieto, olhando desde a minha morada, como o ardor do sol resplandecente, como a nuvem do orvalho no calor da sega.
5 Pois antes da sega, quando acaba a flor e o gomo se torna uva prestes a amadurecer, ele cortará com foices os sarmentos e tirará os ramos, e os lançará fora.
6 Serão deixados juntos para as aves dos montes e os animais da terra; e sobre eles veranearão as aves de rapina, e todos os animais da terra invernarão sobre eles.
7 Naquele tempo será levado um presente ao Senhor dos exércitos da parte dum povo alto e de tez luzidia, e dum povo terrível desde o seu princípio, uma nação forte e vitoriosa, cuja terra os rios dividem; um presente, sim, será levado ao lugar do nome do Senhor dos exércitos, ao monte Sião.
Isaías capítulo 18