Depois que entregou a Sua vida terrestre sobre a cruz, o Senhor passou para o Hades, no lugar chamado Paraíso, ou Seio de Abraão (Lucas 16:22, 23:43, Atos 2: 27), onde se encontrou com os santos do Velho Testamento. Em Sua ascensão tomou estes crentes com Ele (Efésios 4:8) levando-os até a própria presença de Deus (hoje quando um crente morre, não somos informados de que ele vai ao Paraíso, mas que, ausente do corpo estará presente com o Senhor - 2 Coríntios 5:8; Filipenses 1:23).
Tinha havido um grande terremoto e durante a noite de sábado para domingo um anjo do Senhor veio do céu, afastou a pedra da entrada do túmulo onde tinha sido colocado o corpo de Jesus e se assentou sobre ela. Seu rosto era como relâmpago, e a sua roupa branca de neve, aterrorizando os guardas do túmulo que ficaram como mortos (Mateus 28:2-4).
Nada se diz sobre a hora quando o corpo havia sido transformado pela ressurreição e o Senhor saíra do túmulo. A pedra não impediria a Sua passagem, logo é possível que tenha sido depois do por do sol no sábado, quando se completaram os três dias e três noites desde que fora ali colocado. A pedra decerto fora retirada pelo anjo, para que todos os que viessem pudessem comprovar que o corpo não estava mais ali.
Cada Evangelho enfoca diferentes aspectos das visitas feitas ao túmulo em seguida, de forma que o quadro completo e a ordem dos acontecimentos só se tornam evidentes quando são colocados juntos. O resultado é o seguinte:
Ao alvorecer o primeiro dia da semana, Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e Salomé, partiram para o sepulcro levando aromas preparados na sexta feira para ungir o corpo (Marcos 16:2, Lucas 23:56). Essas mulheres encontraram a pedra revolvida, e o anjo ali assentado. Ele disse que não se alarmassem, que Jesus havia ressurgido e mostrou-lhes o lugar onde o corpo estivera e mandou que fossem dizer aos Seus discípulos, e a Pedro, que ele ia adiante deles para a Galileia onde O veriam, como havia avisado. (Marcos 16:4-7).
Maria Madalena correu até Pedro e João para dizer que o corpo do Senhor tinha sido retirado do sepulcro e não sabia onde tinha sido colocado (entendeu mal o que o anjo tinha dito - João 20:1,2). As outras duas não disseram nada a ninguém, porque se atemorizaram (Marcos 16:8).
Pedro e João foram correndo até o sepulcro com Maria Madalena, viram que a entrada estava aberta, mas não entraram, voltando para suas casas (Lucas 24:12; João 20:3-10).
Maria Madalena ficou chorando e olhou dentro do túmulo. Viu ali dois anjos que lhe perguntaram por que chorava. Ela disse que seu Senhor tinha sido levado e não sabia para onde. Então virou-se e Jesus apareceu diante dela (parecia uma pessoa comum, logo ela primeiro pensou que fosse o jardineiro). Ele pediu que não o tocasse, porque ainda não tinha subido ao Pai, mas que fosse contar aos Seus irmãos que estava subindo até Ele. Ela foi e disse aos discípulos que tinha visto o Senhor e o que Ele havia dito (João 20:11-18).
Durante este tempo Maria (mãe de Tiago) e Salomé, foram alcançadas por outras mulheres (Lucas 24:1) trazendo especiarias que também tinham preparado. Desta vez todas entraram no sepulcro e ficaram perplexas por não encontrar o corpo. Os dois anjos, que descreveram como homens vestidos com roupas resplandecentes, perguntaram por que procuravam o vivo entre os mortos? Ele não estava lá mas tinha ressuscitado: ele tinha dito que iria ressurgir depois de três dias (Lucas 24:4-8, Marcos 8:31)! Com isso, as mulheres saíram apressadas com medo e grande alegria para levar a boa notícia aos seus discípulos.
No caminho, Jesus lhes veio ao encontro, dizendo: “Salve”. Elas O reconheceram, aproximaram-se, abraçaram-lhe os pés e O adoraram. Jesus lhes disse que não tivessem medo, mas que fossem dizer aos seus irmãos para ir para a Galileia, onde O veriam (Mateus 28:8-10; foi a mesma mensagem que o anjo havia dado no início às três mulheres - ver 3).
Todas essas mulheres foram e contaram o que tinham visto e ouvido para os apóstolos, que a esta altura teriam também sido avisados por Maria Madalena. E as suas palavras lhes pareciam como um delírio, e não lhes deram crédito (Marcos 16:9-11; Lucas 24:8-11).
Enquanto isso, alguns da guarda entraram na cidade e comunicaram aos principais dos sacerdotes tudo o tinha acontecido. Após reunião e consulta com os anciãos, os sacerdotes subornaram os soldados generosamente e mandaram que dissessem que os discípulos do Senhor vieram à noite e roubaram o Seu corpo enquanto dormiam. Se isso realmente tivesse acontecido, significaria que a segurança da guarda fora comprometida seriamente, mas os principais sacerdotes lhes asseguraram que poderiam persuadir o governador a nada fazer se essa história viesse aos seus ouvidos. (Mateus 28:11-15).
Depois de ouvir a experiência das mulheres, dois dos discípulos saíram de Jerusalém e tomaram o caminho de Emaús, a sete quilômetros de distância. Um foi Clopas (e o outro provavelmente seu filho José - Mateus 27:56, João 19:25). O Senhor havia aparecido a Pedro (Lucas 24:34; 1 Coríntios 15:5), depois se juntou a estes dois no caminho e indagou sobre o que estavam conversando que os tornava tão tristes. Eles não O reconheceram, e se referiram ao que os principais dos sacerdotes e as suas autoridades civis haviam feito a Jesus de Nazaré, que fora um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e todo o povo. Este era o terceiro dia desde que essas coisas (a prisão, a Crucificação, o sepultamento, e a colocação do selo e vigia no sepulcro), tinham acontecido. Estavam espantados com o que acontecera aquela manhã no sepulcro, a visão de anjos (não mencionaram o encontro com o Senhor) conforme relataram as mulheres e alguns dos homens (Pedro e João) tinham ido e confirmaram o que elas disseram e não viram o corpo.
O Senhor então os chamou de "néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram" (cuidemos de nós também para não cair na mesma categoria!). Ele explicou em seguida, a partir de Moisés e todos os profetas, que o Cristo tinha que padecer essas coisas e entrar na Sua glória. Aceitou o convite para entrar em sua casa e finalmente reconheceram Quem Ele era quando abençoou, partiu e lhes dava o pão à sua mesa. Nesse instante Ele desapareceu dos seus olhos. Eles imediatamente se levantaram e voltaram a Jerusalém, encontrando os onze (não Judas Iscariotes) e outros que estavam com eles (Lucas 24:13-33). Contaram a sua experiência mas não lhes deram crédito (Marcos 16:13).
Mais tarde (ao anoitecer daquele dia) o Senhor apareceu aos apóstolos quando se sentavam para a ceia (Marcos 16:14), mas Tomé não estava lá (João 20:24). Colocou-se em seu meio, e disse, "paz seja convosco." Eles temiam, pensando que era um espírito. Para tranquilizá-los mostrou-lhes suas mãos e seus pés e pediu que O apalpassem para ver que era Ele mesmo, de carne e osso. Como ainda duvidassem, pediu algo para comer e, tendo eles oferecido um pedaço de peixe assado, ele tomou e comeu diante deles (Lucas 24:36-43).
Como já tinha feito para os dois discípulos, fez com que os apóstolos compreendessem as Escrituras sobre Ele, lembrando que enquanto estava com eles já tinha declarado que todas deviam ser cumpridas, e que eram testemunhas disto (Lucas 24:44-48) a fim de pregarem o arrependimento e a remissão dos pecados em Seu nome para todas as nações, começando por Jerusalém. Jesus repetiu, "paz seja convosco" e, dizendo que os enviava como o Pai O havia enviado, assoprou sobre eles, declarando "Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; e àqueles a quem os retiverdes, são-lhes retidos" (João 20:21-23): "quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado..." (Marcos 16:16).
Assim repetiu a promessa de envio da “Promessa de meu Pai” sobre eles (o Espírito Santo) e mandou que ficassem em Jerusalém até que fossem revestidos de poder do alto (Lucas 24:49). Ele os repreendeu por não terem acreditado naqueles que O viram depois da ressurreição (Marcos 16:14) e prometeu que os seguintes sinais seguiriam Seus apóstolos que creram: em seu nome expeliriam demônios, falariam em novos idiomas, pegariam em serpentes e se bebessem veneno nenhum mal viria sobre eles, e poriam as mãos sobre os enfermos para serem curados (Marcos 16:16-18). Estes são conhecidos como os sinais de um apóstolo (2 Coríntios 12:12).
Veja também A Sequência dos Fatos , Sua Importância , Três Dias e Três Noites ,
1 No primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra fora removida do sepulcro.
2 Correu, pois, e foi ter com Simão Pedro, e o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram.
3 Saíram então Pedro e o outro discípulo e foram ao sepulcro.
4 Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais ligeiro do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro;
5 e, abaixando-se viu os panos de linho ali deixados, todavia não entrou.
6 Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro e viu os panos de linho ali deixados,
7 e que o lenço, que estivera sobre a cabeça de Jesus, não estava com os panos, mas enrolado num lugar à parte.
8 Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu e creu.
9 Porque ainda não entendiam a escritura, que era necessário que ele ressurgisse dentre os mortos.
10 Tornaram, pois, os discípulos para casa.
11 Maria, porém, estava em pé, diante do sepulcro, a chorar. Enquanto chorava, abaixou-se a olhar para dentro do sepulcro,
12 e viu dois anjos vestidos de branco sentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés.
Joh 20:Mulher, por que choras? Respondeu- lhes: Porque tiraram o meu Senhor, e não sei onde o puseram.
14 Ao dizer isso, voltou-se para trás, e viu a Jesus ali em pé, mas não sabia que era Jesus.
15 Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras? Ela, julgando que fosse o jardineiro, respondeu-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei.
16 Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, virando-se, disse-lhe em hebraico: Raboni! - que quer dizer, Mestre.
17 Disse-lhe Jesus: Deixa de me tocar, porque ainda não subi ao Pai; mas vai a meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.
18 E foi Maria Madalena anunciar aos discípulos: Vi o Senhor! - e que ele lhe dissera estas coisas.
19 Chegada, pois, a tarde, naquele dia, o primeiro da semana, e estando os discípulos reunidos com as portas cerradas por medo dos judeus, chegou Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco.
20 Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Alegraram-se, pois, os discípulos ao verem o Senhor.
21 Disse-lhes, então, Jesus segunda vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.
22 E havendo dito isso, assoprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.
23 Âqueles a quem perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; e àqueles a quem os retiverdes, são-lhes retidos.
24 Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.
25 Diziam-lhe, pois, ou outros discípulos: Vimos o Senhor. Ele, porém, lhes respondeu: Se eu não vir o sinal dos cravos nas mãos, e não meter a mão no seu lado, de maneira nenhuma crerei.
Evangelho de João, capítulo 20, versículos 1 a 25