A inferioridade do serviço levítico (9:8-10)
O serviço levítico é uma ilustração de grandes verdades espirituais, e estas se realizaram completamente por ocasião da vinda ao mundo do unigênito Filho de Deus, que aqui nasceu, viveu, morreu, ressuscitou e voltou para a Sua glória no céu. Este é o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29, 36).
O Espírito Santo estava ensinando mediante o serviço levítico que o pecado havia distanciado o homem e Deus, que o homem só pode se comunicar com Deus através de um mediador, e que o mediador só poderia se aproximar de Deus através do sangue de uma vítima sacrificial. O caminho direto para a presença de Deus ainda não estava aberto aos adoradores.
Veremos mais adiante que “é impossível que o sangue de touros e de bodes tire pecados” (10:4), por mais sinceros e piedosos que fossem os adoradores que obedeciam a lei na “primeira tenda”. O Tabernáculo foi deslocado pelo templo durante o reinado de Salomão, mas o ritual simbólico ainda continuou até a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo. Os princípios que o ritual proclamava no que se refere à aproximação direta a Deus eram ainda válidos até que o véu do templo foi rasgado em dois, de cima para baixo, por ocasião da morte redentora do Senhor Jesus.
O sistema de adoração levítico é apenas simbólico para nós. Ele nos ajuda a compreender algo melhor que veio depois, pois era uma representação imperfeita da obra perfeita de Cristo. Os dons e sacrifícios nunca poderiam limpar as consciências dos adoradores. A remissão dos seus pecados só se deu efetivamente quando o seu preço foi pago na cruz pelo inocente Filho de Deus. Só Ele pode pagar perfeitamente, ou remir, a culpa dos pecados.
Na realidade, os sacrifícios e ofertas eram impostos a um povo que tinha uma aliança com Deus. Assim, as ofertas levíticas se dirigiam mais às impurezas rituais. Tinham muito a ver com coisas externas, como a pureza de alimentos e bebidas, e com as lavagens cerimoniais para livrar as pessoas de impureza ritual, mas não davam muita atenção à impureza moral.
O sistema tinha o objetivo de manter as pessoas em posição de pureza ritual, de modo que pudessem adorar. Parece não ter nada a ver com a salvação da alma ou com a limpeza do pecado. Mas as pessoas eram salvas pela fé no Senhor, com base no trabalho de Cristo ainda futuro e pouco conhecido, embora já profetizado em termos gerais. Enfim, os sacrifícios eram temporários, impostos até um tempo de reforma, a vigência do Novo Testamento. Eles apontavam avante, em sombras, para a vinda de Cristo e a Sua oferta perfeita.
8 dando o Espírito Santo a entender com isso, que o caminho do santuário não está descoberto, enquanto subsiste a primeira tenda,
9 que é uma parábola para o tempo presente, conforme a qual se oferecem tando dons como sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que presta o culto;
10 sendo somente, no tocante a comidas, e bebidas, e várias abluções, umas ordenanças da carne, impostas até um tempo de reforma.
Hebreus capítulo 9, versículos 1 a 10