O julgamento das nações (34)
Este “ai”, e o próximo capítulo, são uma expansão dos dois temas mencionados no capítulo 33: " os juizos do Dia do Senhor" e o subsequente "bênção milenar sobre Israel e sua terra".
Sob o poder satânico da besta e do falso profeta, os exércitos das nações do mundo serão reunidos em um grande esforço para aniquilar os judeus (ver Apocalipse 19:19-21 e 6:13,14). Isto provocará a indignação de Deus contra todas as nações em geral e contra Edom em particular (esta representará todas as nações no resto do capítulo).
Em consequência, o Senhor Jesus virá executar julgamento sobre os gentios (as nações). A espada do Senhor, "embriagada com o sangue," cairá em fúria em Edom, tanto sobre a população em geral (simbolizadas por cordeiros, bodes, carneiros), como sobre os nobres ou líderes (simbolizados pelos bois selvagens, novilhos e touros). O cheiro dos cadáveres em decomposição vai encher o ar, e as montanhas vão derreter com a torrente de seu sangue. Mesmo o céu murchará como as folhas da videira e da figueira.
A Idumeia (isto é, Edom, sempre figurativa do estado natural do homem em seu antagonismo contra Deus) é particularmente mencionada aqui como a grande cena da intervenção divina. Bozra (atualmente Petra na Jordânia) é um reduto central do país. Será a localidade culminante da batalha do Armagedom (ver Isaías 63:1 e comentários). Os juizos deste "dia da vingança do Senhor" se estenderão por mais de 300 quilômetros (os 1.600 estádios de Apocalipse 14:20), e o distrito de Bozra, ao que parece, será o limite meridional do conflito.
O rei do norte, tendo ido subjugar o Egito, estará de volta com a intenção de aniquilar Jerusalém e os judeus, por causa de notícias vindas do Norte. Mas não chegará a Jerusalém em virtude da intervenção pessoal de Cristo (Daniel 11:43,44). O rei vai fazer o seu quartel-general militar (não "palácio", Daniel 11:45) nesta região, e lá será destruído pela mão do Senhor, como também o Anticristo mais ao norte de Jerusalém.
A linguagem figurada nos versículos 6 e 7 descreve a derrota dos grandes líderes destes poderes dos gentios. É o fim dos "tempos dos gentios" (Lucas 21:24), que começou no cativeiro babilônico e terminará na volta do Senhor Jesus para julgamento do mundo e inîcio do Seu reino na terra (não deve ser confundido com “a plenitude dos gentíos” que diz respeito à Igreja e termina no seu arrebatamento por Jesus Cristo- Romanos 11:25).
O versículo 8 introduz "o dia de vingança, um ano de retribuições pela causa de Sião" que o Senhor tem, quando vai fazer valer os Seus direitos como supremo Rei. Compare com Isaías 34:9,10, Apocalipse 18:18 e 3:19. A palavra 'vingança' é de crucial importância, significando uma retribuição, a ação de Deus na execução da sentença que Ele como Juiz impôs-se justamente.
O resto deste capítulo descreve o destino de Edom. “Seus ribeiros se transformarão em pez, seu solo em enxofre e a sua terra tornar-se-á em pez ardente” (versículo 9, lembrando-nos do petróleo subterrâneo atualmente abundante no Oriente Médio). Será uma terra eternamente estéril, coberta de urtigas e espinheiros, desabitada por seres humanos, tomado por feras selvagens, pássaros misteriosos e aves de rapina. Surgem em casais e assim podem se reproduzir (trazendo à lembrança a arca de Noé), e Deus lhes dará as ruínas de Edom para possuir ... de geração em geração. Significa “para sempre” neste capítulo (versículos 10, 17).
O regresso dos resgatados do Senhor (35)
As condições de paz e prosperidade milenares previstas no presente capítulo, em contraste com o que está previsto no capítulo 34, deixam claro que os juízos da ira de Deus profetizados naquele capítulo se efetuarão no final da presente época, quando então o reino de Jesus Cristo será estabelecido na terra por mil anos.
Depois que as nações rebeldes forem destruídas, o glorioso Reino de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo, é introduzido. As lamentáveis condições de angústia na grande tribulação darão lugar para tudo o que é feito para a glória de Deus e para a felicidade de Seus redimidos.
As características desse período incluem aumento de fertilidade da terra. O deserto, a terra ressequida, a terra sedenta, tudo se tornará fértil, pois a própria natureza vai colher os benefícios da remoção de poderes antagônicos, espirituais e humanos, e a presença da glória do Senhor e Seu povo, terreno e celestial (versículo 7).
Vai haver encorajamento mútuo entre os santos. Cada tipo de deficiência será removido, e com grande alegria se celebrará a transformação do deserto em campos bem irrigados.
As centenas de quilômetros de deserto na rota do exílio para Jerusalém serão percorridas por um "caminho santo" exclusivo para o povo redimido de Deus. Nenhuma pessoa impura vai andar por ele. Será para aqueles que têm comunhão com Deus, em cujo coração estão "os caminhos altos de Sião" (Salmo 84:5-7) ". Mesmo as pessoas pouco inteligentes não errarão nele (Isaías 35:8). O retorno de Israel da dispersão pelo mundo retrata a alegria que irá acompanhar a transferência dos crentes para a casa do Pai, quando Jesus Cristo voltar.
A natureza das bestas ferozes será alterada. O leão comerá palha como o boi (Isaías 11:7, 65:25). Não haverá nada para perturbar a paz do redimido (Isaías 35:9). Toda a passagem fecha com uma promessa, que é repetida em Isaías 51:11, a garantia de que ambas as partes do livro têm a mesma mensagem de conforto: "E os resgatados do Senhor voltarão; e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido" (versículo 10).
Quase todas estas previsões visam diretamente Israel, bênçãos ou maldições, e a Igreja entra mais tarde, extendendo-se então a aplicação também para ela, no que lhe concerne. Isto se explica porque a Igreja era um dos “mistérios”, verdades de Deus não anteriormente reveladas (Marcos 4:11, Romanos 16:25, Efésios 3:9, etc.).
Isa 34:1 Chegai-vos, nações, para ouvir, e vós, povos, escutai; ouça a terra, e a sua plenitude, o mundo e tudo quanto ele produz.
2 Porque a indignação do Senhor está sobre todas as nações, e o seu furor sobre todo o exército delas; ele determinou a sua destruição, entregou-as à matança.
3 E os seus mortos serão arrojados, e dos seus cadáveres subirá o mau cheiro; e com o seu sangue os montes se derreterão.
4 E todo o exército dos céus se dissolverá, e o céu se enrolará como um livro; e todo o seu exército desvanecerá, como desvanece a folha da vide e da figueira.
5 Pois a minha espada se embriagou no céu; eis que sobre Edom descerá, e sobre o povo do meu anátema, para exercer juízo.
6 A espada do Senhor está cheia de sangue, está cheia de gordura, de sangue de cordeiros e de bodes, da gordura dos rins de carneiros; porque o Senhor tem sacrifício em Bozra, e grande matança na terra de Edom.
7 E os bois selvagens cairão com eles, e os novilhos com os touros; e a sua terra embriagar-se-á de sangue, e o seu pó se engrossará de gordura.
8 Pois o Senhor tem um dia de vingança, um ano de retribuições pela causa de Sião.
9 E os ribeiros de Edom transformarse-ão em pez, e o seu solo em enxofre, e a sua terra tornar-se-á em pez ardente.
10 Nem de noite nem de dia se apagará; para sempre a sua fumaça subirá; de geração em geração será assolada; pelos séculos dos séculos ninguém passará por ela.
11 Mas o pelicano e o ouriço a possuirão; a coruja e o corvo nela habitarão; e ele estenderá sobre ela o cordel de confusão e o prumo de vaidade.
12 Eles chamarão ao reino os seus nobres, mas nenhum haverá; e todos os seus príncipes não serão coisa nenhuma.
13 E crescerão espinhos nos seus palácios, urtigas e cardos nas suas fortalezas; e será uma habitação de chacais, um sítio para avestruzes.
14 E as feras do deserto se encontrarão com hienas; e o sátiro clamará ao seu companheiro; e Lilite pousará ali, e achará lugar de repouso para si.
15 Ali fará a coruja o seu ninho, e porá os seus ovos, e aninhará os seus filhotes, e os recolherá debaixo da sua sombra; também ali se ajuntarão os abutres, cada fêmea com o seu companheiro.
16 Buscai no livro do Senhor, e lede: nenhuma destas criaturas faltará, nenhuma será privada do seu companheiro; porque é a boca dele que o ordenou, e é o seu espírito que os ajuntou.
17 Ele mesmo lançou as sortes por eles, e a sua mão lhes repartiu a terra com o cordel; para sempre a possuirão; de geração em geração habitarão nela.
Isaías capítulo 34
Isa 35:1 O deserto e a terra sedenta se regozijarão; e o ermo exultará e florescerá;
2 como o narciso florescerá abundantemente, e também exultará de júbilo e romperá em cânticos; dar-se-lhe-á a glória do Líbano, a excelência do Carmelo e Sarom; eles verão a glória do Senhor, a majestade do nosso Deus.
3 Fortalecei as mãos fracas, e firmai os joelhos trementes.
4 Dizei aos turbados de coração: Sede fortes, não temais; eis o vosso Deus! com vingança virá, sim com a recompensa de Deus; ele virá, e vos salvará.
5 Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se desimpedirão.
6 Então o coxo saltará como o cervo, e a língua do mudo cantará de alegria; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo.
7 E a miragem tornar-se-á em lago, e a terra sedenta em mananciais de águas; e nas habitações em que jaziam os chacais haverá erva com canas e juncos.
8 E ali haverá uma estrada, um caminho que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para os remidos. Os caminhantes, até mesmo os loucos, nele não errarão.
9 Ali não haverá leão, nem animal feroz subirá por ele, nem se achará nele; mas os redimidos andarão por ele.
10 E os resgatados do Senhor voltarão; e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido.
Isaías capítulo 35