Nesta última parte das profecias do Apocalipse, Isaías descreve a restauração de Israel. No capítulo 24, Isaías descreve como a Grande Tribulação afetará a população do mundo em geral. Nos capítulos 25 e 26 encontramos duas canções . No capítulo 27 ele dá uma visão de como a tribulação e o Reino afetarão Israel em seis aspectos.
O refúgio de Israel durante a tribulação (26 v.20 e 21)
O Senhor aconselha o remanescente fiel do seu povo, os crentes de Israel, para se esconderem em câmaras secretas enquanto Ele derrama Sua ira sobre o mundo apóstata. “Indignação” é um dos vários nomes dados no Velho Testamento para a Tribulação.
Encontramos a mesma advertência em Mateus 24:15-16, em que o Senhor Jesus exorta os judeus para fugir aos montes quando “virdes estar no lugar santo a abominação de desolação, predita pelo profeta Daniel” e também em Apocalipse 12:6,12-13, onde Israel (a “mulher”) fugirá para “o deserto”. Em Miqueias 2:12, o lugar para onde o Remanescente fugirá é especificado como sendo a cidade de Bozra, conhecida melhor agora pelo seu nome romano Petra, na Jordânia.
O propósito da indignação da qual deverão fugir é especificado no versículo 21: castigar os moradores da terra por causa do seu pecado, e nesta oportunidade a terra se recusará a absorver o seu sangue. O sangue permanecerá como prova permanente visível da iniquidade da humanidade. Israel, do qual sobreviverá um terço de sua população, deve se esconder até o fim da Tribulação. Depois de terminada essa grande punição, Deus se voltará ao seu povo escondido e então haverá uma regeneração nacional de Israel.
O castigo do Leviatã (27 v.1)
Também naquele tempo o Senhor vai punir o leviatã, que é o nome hebraico para Satanás, líder dos anjos caídos de Isaías 24:21. Satanás será punido após a Tribulação. Ele é chamado aqui por três nomes (veja também Genesis 3:1; Apocalipse 12:3, 13:2 e 16:13) , e a espada de Deus também é chamada por três nomes:
Essa mesma estrutura é encontrada no livro do Apocalipse. Depois da volta do Senhor Jesus Cristo, Satanás será encarcerado (Apocalipse 20:1 a 3) enquanto durar o Seu reino milenar na terra.
O cântico da vinha (27 v.2 a 6)
Neste terceiro aspecto da restauração de Israel, encontramos o “cântico da vinha” com a qual o povo alegrará a Deus. Essa “vinha” redimida é Israel que antes só produzia uvas bravas mas terá agora passado por uma regeneração nacional (Isaías 5:1-17).
Deus a guardará e regará dia e noite para que ninguém lhe cause danos, pois não mais está indignado com ela. Se algum poder hostil se manifestar contra a vinha, ele irá queimá-lo como se faz com as sarças e espinhos. Seria melhor para tais poderes buscarem o refúgio do Senhor para Sua proteção e paz. Durante o milênio Israel vai florescer e frutificar em sua própria terra, enchendo o mundo com suas frutas.
A expiação da iniquidade de Israel (27 v.7 a 9)
Nesta canção pergunta-se se Deus devastou Israel como Ele devastou os inimigos de Israel? Ou Israel porventura sofreu o mesmo tipo de vingança que as nações gentílicas? A resposta é “não”, segundo o versículo 8: Deus nunca destruiu a nação de Israel, mas sua punição foi “com medida”, ou seja, Israel não perecerá por um julgamento fora de medida (isto explica porque essa nação já sobreviveu até hoje).
O propósito da Dispersão foi castiga-la pelo pecado de idolatria, e o “o fruto da remoção” será o abandono da idolatria. Por causa dos julgamentos da Tribulação, Israel chegará à fé salvadora.
A devastação da Babilônia (27 v.10 e 11)
A "cidade fortificada" é a Babilônia, vista agora como solitária, “uma habitação rejeitada e abandonada como um deserto”. Só serve como pastagem, e assim como os galhos secos de uma árvore são inflamáveis, isso é tudo para o que a Babilônia serve. Não haverá habitantes porque não eram “povo de entendimento”: eram inexistentes.
O rejuntamento de Israel (27 v.12 e 13)
Em um dia por vir, o Senhor vai debulhar o verdadeiro e o falso dentro da terra de Israel. Então ele vai resgatar os judeus que estão dispersos nas nações dos gentios como Assíria e Egito. Voltando à sua terra, eles virão a Jerusalém para adorar o Senhor.
Israel, porém, será rejuntado desde os confins da terra, em contraste com a destruição da Babilônia. Segundo o versículo 12 ele se reunirá na Terra Prometida em toda a sua extensão, tendo por fronteira no Norte o Rio Eufrates, e no Sul o Ribeiro do Egito. Isso se fará individualmente “um a um” até que cada israelita esteja repatriado na Terra de Israel e a nação esteja ocupando toda a Terra Prometida. Nunca antes, na história de Israel, os israelitas tiveram posse de toda a Terra Prometida, mas isso se fará nesta restauração final.
Além disso, não só toda a Terra será habitada, mas cada israelita será rejuntado de entre os seus inimigos. Haverá o toque de uma grande trombeta, assinalando a coleta e retorno. Serão colhidos de toda parte, sendo o Egito no sul e a Assíria no nordeste especialmente especificados. Serão rejuntados para adorar ao Senhor no monte santo em Jerusalém.
20 Vem, povo meu, entra nas tuas câmaras, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a indignação.
Capítulo 26
21 Pois eis que o Senhor está saindo do seu lugar para castigar os moradores da terra por causa da sua iniqüidade; e a terra descobrirá o seu sangue, e não encobrirá mais os seus mortos.
Capítulo 27
1 Naquele dia o Senhor castigará com a sua dura espada, grande e forte, o leviatã, a serpente fugitiva, e o leviatã, a serpente tortuosa; e matará o dragão, que está no mar.
2 Naquele dia haverá uma vinha deliciosa; cantai a seu respeito.
3 Eu, o Senhor, a guardo, e a cada momento a regarei; para que ninguém lhe faça dano, de noite e de dia a guardarei.
4 Não há indignação em mim; oxalá que fossem ordenados diante de mim em guerra sarças e espinheiros! eu marcharia contra eles e juntamente os queimaria.
5 Ou, então, busquem o meu refúgio, e façai, paz comigo; sim, façam paz comigo.
6 Dias virão em que Jacó lançará raízes; Israel florescerá e brotará; e eles encherão de fruto a face do mundo.
7 Porventura feriu-os o Senhor como feriu aos que os feriram? ou matou-os ele assim como matou aos que por eles foram mortos?
8 Com medida contendeste com eles, quando os rejeitaste; ele a removeu com o seu vento forte, no tempo do vento leste.
9 Por isso se expiará a iniqüidade de Jacó; e este será todo o fruto da remoção do seu pecado: ele fará todas as pedras do altar como pedras de cal feitas em pedaços, de modo que os aserins e as imagens do sol não poderão ser mais levantados.
10 porque a cidade fortificada está solitária, uma habitação rejeitada e abandonada como um deserto; ali pastarão os bezerros, ali também se deitarão e devorarão os seus ramos.
11 Quando os seus ramos se secam, são quebrados; vêm as mulheres e lhes ateiam fogo; porque este povo não é povo de entendimento; por isso aquele que o fez não se compadecerá dele, e aquele que o formou não lhe mostrará nenhum favor.
12 Naquele dia o Senhor padejará o seu trigo desde as correntes do Rio, até o ribeiro do Egito; e vós, ó filhos de Israel, sereis colhidos um a um.
13 E naquele dia se tocará uma grande trombeta; e os que andavam perdidos pela terra da Assíria, e os que foram desterrados para a terra do Egito tornarão a vir; e adorarão ao Senhor no monte santo em Jerusalém.