A profecia das duas cidades (26 v.1-6)
Tendo voltado à sua terra, o remanescente vivo e restaurado de Israel celebra uma nova vida de fé e dependência em Deus. A cidade de Deus contrasta com a cidade do homem (Isaías 24:10). Agora uma nação justa, que observa a verdade (Israel redimida), estará gozando a paz perfeita que vem da sua plena confiança no Senhor.
Um novo cântico será entoado na terra de Judá (o território do reino de Judá, onde está Jerusalém), a respeito das alegrias de uma cidade forte. A cidade é forte por ser protegida por muros e antemuros que são a sua salvação. Assim será no reino de Cristo no milênio.
A cidade começa pronta, mas vazia. As portas estão abertas para que nela entrem seus futuros habitantes, a nação justa, que observa a verdade. São os sobreviventes da Grande Tribulação, o remanescente fiel, correspondendo a um terço da população israelita anterior à tribulação. Devido à sua confiança em Deus, eles serão conservados em paz.
A canção os exorta a “confiar sempre no Senhor, porque o Senhor Deus é uma rocha eterna”. O Senhor Jesus, o Senhor Deus, é chamado de “Rocha” muitas vezes na Bíblia. Davi proclamou “O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo, em quem me refúgio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio. ” (Salmo 18:2) A exortação é que continuem com suas mentes firmes no Senhor, confiando sempre nEle.
Há um futuro glorioso para Jerusalém, a primeira cidade do Reino.
A civilização de que o homem se orgulha é representada pela cidade de Babilônia, a capital do mundo durante a Grande Tribulação. Esta cidade já foi mencionada duas vezes nesta profecia (24:10-12 e 25:2-3). Agora a sua destruição é prevista, quando será abatida até o chão e reduzida até o pó pela Rocha eterna. O Senhor, como a Rocha, se tornará o alicerce seguro para a construção de Jerusalém, mas será como uma Rocha esmagadora para Babilônia. “Pisam-na os pés, os pés dos pobres, e os passos dos necessitados”: os pobres e necessitados são o remanescente, sobreviventes da Grande Tribulação. Estes mesmos que a Babilônia pretendia matar, são os que a pisotearão.
O julgamento que ensina justiça (26 v.7-10)
Os versículos 7-19 parecem prever as orações do remanescente ao passar através da tribulação, voltando ao assunto tratado em 24:14-16a, e aqui temos o motivo do seu louvor e adoração.
O Senhor terá suavizado e nivelado o seu caminho, tornando-o plano: em outras palavras, os justos agem com integridade porque seguem o caminho reto traçado pelo Senhor. A reação deles é descrita nos versículos 8 e 9:
São dois os propósitos dos julgamentos da Grande Tribulação:
O resultado desses juízos também é duplo:
O ímpio não aprende a justiça, ainda que seja tratado favoravelmente e até mesmo se nascer e morar na terra da retidão, ele vai viver em pecado porque não quer se submeter à majestade do Senhor.
Durante a tribulação, alguns vão interpretar os julgamentos como sendo uma injustiça da parte de Deus e vão se afastar dEle. Outros vão ver a justiça de Deus nos julgamentos e se voltarão para Ele. No Milênio isso vai acontecer também. Durante a Tribulação será julgamento, no Milênio será favor. Nesta ocasião muitos vão corresponder ao favor com fé. Depois dos mil anos do ambiente mais perfeito na história, sem passar qualquer necessidade, muitos ainda vão se revoltar contra a autoridade de Deus. Isto é porque, mesmo no Reino, ainda haverá morte e pecado.
O louvor pela libertação de Israel (26 v.11-15)
A mão de Deus esteve levantada em prontidão, sem ser vista, para exercer juízo contra os inimigos de Israel. Somente quando descer em fúria eles se confundirão por causa do zelo que demonstrará por Israel. Os inimigos que vierem combater contra Israel serão devorados pelo fogo dos julgamentos de Deus. Por outro lado, haverá paz para Israel, e gozará de todas as bênçãos de Deus reservadas para esse povo.
Em toda a sua história, Israel foi dominado por muitos “senhores”, especialmente desde 588 a.C., quando Jerusalém foi destruída por Nabucodonosor e se iniciou o “tempo dos gentios”. Agora, só Deus será adorado. Os fracassos anteriores de Israel foram a causa de ser dominado por outros “senhores”, mas isso não acontecerá no reino de Cristo. As nações que atormentavam Israel não subirão para atormentar o povo de Deus, porque estes outros “senhores” estarão mortos e não ressuscitarão, perecendo a sua memória, mas Israel estará vivo e seu novo Senhor, Jesus Cristo, viverá para sempre.
Note-se que o versículo 14 não nega a ressurreição corporal dos ímpios; apenas assegura que o poder dos gentios sobre Israel jamais será restaurado.
Israel, por outro lado, será abençoado com novo crescimento, não só da população porque não haverá mais antissemitas, mas as fronteiras da nação serão alargadas, e Israel, pela primeira vez em toda a sua história, será proprietária sobre toda a Terra Prometida.
O sofrimento de Israel (26 v.16-18)
No passado Israel se arrependeu e buscou a Deus em oração quando sofria a Sua disciplina (Isaías 64, Salmo 79-80), mas em vão. Esses fracassos anteriores de Israel são semelhantes às falsas dores de parto da mulher grávida e não serão repetidos: desta vez haverá sucesso.
Durante a campanha de Armagedom, ao fim da Grande Tribulação, Israel vai voltar-se a Deus e pronunciar uma oração de ordem nacional que vai resultar na salvação efetiva dessa nação por todo o milênio.
A ressurreição dos santos do Velho Testamento (26 v.19)
Esta quinta e última parte da canção é uma das poucas passagens no Velho Testamento que trata da ressurreição dos santos do Velho Testamento. Eles não serão ressuscitados por ocasião do arrebatamento dos santos da igreja de Cristo, mas depois da Grande Tribulação, na preparação para o Reino. A ressurreição dos santos do Velho Testamento é mencionada em Daniel 12:2 e Oseias 13:14. A sua ressurreição será como o “orvalho de luz ”, o orvalho da manhã.
1 Naquele dia se entoará este cântico na terra de Judá: uma cidade forte temos, a que Deus pôs a salvação por muros e antemuros.
2 Abri as portas, para que entre nela a nação justa, que observa a verdade.
3 Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.
4 Confiai sempre no Senhor; porque o Senhor Deus é uma rocha eterna.
5 porque ele tem derrubado os que habitam no alto, na cidade elevada; abate-a, abate-a até o chão; e a reduz até o pó.
6 Pisam-na os pés, os pés dos pobres, e os passos dos necessitados.
7 O caminho do justo é plano; tu, que és reto, nivelas a sua vereda.
8 No caminho dos teus juízos, Senhor, temos esperado por ti; no teu nome e na tua memória está o desejo da nossa alma.
9 Minha alma te deseja de noite; sim, o meu espírito, dentro de mim, diligentemente te busca; porque, quando os teus juízos estão na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.
10 Ainda que se mostre favor ao ímpio, ele não aprende a justiça; até na terra da retidão ele pratica a iniqüidade, e não atenta para a majestade do Senhor.
11 Senhor, a tua mão está levantada, contudo eles não a vêem; vê-la-ão, porém, e confundir-se-ão por causa do zelo que tens do teu povo; e o fogo reservado para os teus adversários os devorará.
12 Senhor, tu hás de estabelecer para nós a paz; pois tu fizeste para nós todas as nossas obras.
13 Ó Senhor Deus nosso, outros senhores além de ti têm tido o domínio sobre nós; mas, por ti só, nos lembramos do teu nome.
14 Os falecidos não tornarão a viver; os mortos não ressuscitarão; por isso os visitaste e destruíste, e fizeste perecer toda a sua memória.
15 Tu, Senhor, aumentaste a nação; aumentaste a nação e te fizeste glorioso; alargaste todos os confins da terra.
16 Senhor, na angústia te buscaram; quando lhes sobreveio a tua correção, derramaram-se em oração.
17 Como a mulher grávida, quando está próxima a sua hora, tem dores de parto e dá gritos nas suas dores, assim fomos nós diante de ti, ó Senhor!
18 Concebemos nós, e tivemos dores de parto, mas isso foi como se tivéssemos dado à luz o vento; livramento não trouxemos à terra; nem nasceram moradores do mundo.
19 Os teus mortos viverão, os seus corpos ressuscitarão; despertai e exultai, vós que habitais no pó; porque o teu orvalho é orvalho de luz, e sobre a terra das sombras fá-lo-ás cair.
Isaías capítulo 26, versículos 1 a 19